Palmilhou vales, galgou montanhas, atravessou rios, penetrou florestas e, com os recursos ainda restritos do seu raciocínio, notou singularidades na natureza, que nele despertaram a idéia da publicidade.
Observou que o murmúrio do regato lhe servia para anunciar, à distância, a presença da água fresca que lhe saciara a sede; que as feras em cio, com seu rugido medonho, chamava ao longe o companheiro apaixonado; que, no meio das árvores frondosas, os pássaros de mais lindas plumagem e canto mais maviosos eram os favoritos dos corações das fêmeas silenciosas, e que os frutos, com o colorido maravilhoso das suas cascas, atraíam a vista penetratante das aves famintas, as quais, satisfeita a sua voracidade, espalhariam mais tarde pela terra fecunda as sementes que fariam brotar outras árvores cheias de frutas; que as próprias flores, exalando seus perfumes e revelando com seus matizes infinitos a sua presença, serviam-se desses meios para atrair os insetos que levariam para outras corolas o pólen fecundador, obedientes às leis imutáveis da natureza, na sua ânsia de vida e de renovação.
Depois de muito caminhar, chegou a uma tribo estranha e hostil. Mas, seu desejo de ali permanecer era mais forte que os temores da morte e do perigo, revelados pelos olhares cruéis e traiçoeiros que o fitavam.
Lembrou-se, então, do que observara na natureza, e resolveu usar os mesmos recursos. Por sua vez, seu sexo despertou, e a cobiça das mulheres a dar-lhe, ainda mais, esse desejo de atrair e dominar a tribo, conquistando-as aos seus companheiros.
Procurou imitar o regato e o rouxinol e cantou; lembrou-se dos frutos coloridos e tatuou-se; recordou-se do perfume das flores e untou-se com ervas e pétalas aromáticas e, desde esse tempo, de geração em geração, da idade da pedra à civilização contemporânea, a criatura humana fez da publicidade, inspirada nos ensinamentos da natureza, a arma suprema de competição com seus semelhantes, de divulgação dos seus méritos e encantos, de realce dos seus recursos e suas criações, a ponto de, muitas vezes, erguer os medíocres acima dakeles que o superam em tudo, os quais, entretanto, na sua timidez ou modéstia, deixan-se ficar na inércia, no esquecimento, na obscuridade.
Do livro O homem sem máscara. Ary Kener, (1951, p. 17)
O fato é que a publicidade está inserida em nossas vidas, a muito mais tempo do que imaginamos, e por mais que ela possa trazer benefícios ou malefícios, não conseguimos viver sem ela, não falo de publicidade de produto somente, mas sim do publicitário que cada um tem dentro de si. sim publicitário. Todos nós somos publicitários, vendemos nossa imagem, seja para conseguir um emprego, seja para conseguir um namorado, ou até mesmo uma amigo. Colocamos uma máscara, interpretamos um papel adequado para cada situação, isso tudo para alcançar nossos objetivos. É isso que a publicidade faz, mostra o que você quer ver, o que você que sentir, para te atrair, te conquistar. Isso é uma coisa ruim? Depende de como você usa isso, tanto na publidicidade comercial quanto na publicidade pessoal... Defina bem seus objetivos, pois como disse antes ela traz beneficios como também traz maleficios, e as consequencias para uma publicidade não pensada é a ilusão, o vazio e até mesmo o abandono.
Papo de Muleka
ôÔ que coisa não?!
ResponderExcluirParabens e sucesso linda com o blog!
Muito Interessante!
ResponderExcluirGostei!
Parabéns pelo blog e pela postagem!
Muito Boa!